Talvez o caminho seja criar, de forma coletiva, novas possibilidades
Um relato de uma participante da Juventude no Parlamento
Publicado em 2025-07-20
Por Dani Balbi
Me inscrever para o Juventude no Parlamento foi mais um passo numa caminhada de tentar encontrar o meu lugar. No mundo, na jornada profissional, e em um país num contexto político bastante delicado, em que todos os dias precisamos lutar para defender a nossa democracia. Foi mais um passo para tentar me inserir no ambiente legislativo, perceber e entender o que tá rolando nesses espaços.
Essa semana eu perguntei para a Shamira Rossi, assessora parlamentar da deputada Dani Balbi e idealizadora do projeto, qual a dor e a motivação para a idealização do Juventude: “O que estava faltando naquele momento - que talvez ainda esteja faltando hoje - que fez você entender que era necessário criar algo como o Juventude no Parlamento?”
Sua principal motivação foi perceber que não ocupamos esses espaços e são vários os motivos:
“A política é um ecossistema muito fechado em si - difícil de entrar e sem muita possibilidade de crescimento-, o que a sua família fez/faz/é importa muito para o ambiente político. Mas e quando sua família é “normal”?
O desejo de participar e influenciar a política não poderia ser frustrado pelas dificuldades estruturais quando eu quis entrar. Eu não tinha opção: queria entrar e faria o que fosse preciso para isso. Então quero que todos tenham uma oportunidade de conhecer, influenciar e participar.”
E é impossível não concordar com a Shamira. Minha experiência na tentativa de incidir politicamente por meio dos movimentos sociais em Itaboraí, cidade onde vivo, muitas vezes me prova que é quase impossível conseguir espaços de diálogo político quando você não é irmão, filho ou sobrinho de alguém. Fazer parte dessa edição do Juventude me proporcionou algo que eu considero muito caro. Conhecer e ver gente que tá indo pro mesmo lugar, segurando as mesmas bandeiras, entoando os mesmos gritos, mas por caminhos diferentes e, às vezes, usando cores diferentes. E que bom. O projeto esse ano tem um tema principal: Mudanças Climáticas. A partir disso, os GT's- LGBTQIAPN+; Meio Ambiente; Mulheres e Negritude; Pls e Ordem do dia; Educação e CeT; Trabalho e Economia; Comunicação - estão trabalhando em diversas atividades e pesquisas que têm como base as mudanças climáticas, mas com um olhar interseccional e transversal, considerando o foco dos seus grupos.
As nossas urgências nos colocam na posição de querer e precisar fazer algo. E o tema deste ano segue a mesma linha. Pensar o meio ambiente e as mudanças climáticas a partir das nossas vivências e territórios é a resposta para criarmos soluções que nos contemplem.
Eu termino esse projeto - e esse texto - grata pela oportunidade e acreditando um pouquinho mais nos caminhos que estamos caminhando.
Um beijo especial ao meu GT de Comunicação. Seguimos.
